$

blog sobre Economia.

sexta-feira, março 24, 2006

...E o vento levou leva a melhor - quando consideramos os efeitos da inflação

Quando se quer medir a popularidade de um filme, geralmente se utiliza como critério a bilheteria. Assim, o filme mais popular de todos os tempos é Titanic, seguido por Guerra nas estrelas, E.T.: o extraterreste, Star wars: ameaça fantasma e Homem-Aranha. Mas esse ranking ignora um fato importante: o nível de preços mudou ao longo do tempo.

Quando corrigimos as bilheterias pela inflação, a coisa muda de figura: o clássico de 1939 ...E o vento levou assume a primeira posição, com mais de 1 bilhão de dólares arrecadados e uma grande vantagem em relação ao segundo colocado. Nos anos 30 - portanto, antes da era da televisão -, cerca de 90 milhões de norte-americanos iam ao cinema toda semana. Hoje, esse público diminuiu para apenas 25 milhões de pessoas. Mas os filmes daquela época raramente aparecem nas listas de popularidade porque os ingressos eram vendidos a apenas 25 centavos de dólar.

Abaixo, a lista dos 10 filmes mais populares de todos os tempos, classificados pela bilheteria (somente nos EUA) reajustada pela inflação americana de 2001. Clique na figura ao lado para vê-la ampliada.

10. Branca de Neve e os sete anões (1937)
9. Mogli, o menino lobo (1967)
8. Doutor Jivago (1965)
7. Tubarão (1975)
6. Os dez mandamentos (1956)
5. Titanic (1997)
4. E.T.: o extraterrestre (1982)
3. A noviça rebelde (1965)
2. Guerra nas estrelas (1977)
1. ...E o vento levou (1939)

Amorim diz que um movimento conjunto permitirá um acordo

Nosso Chanceler avalia as negociações globais de liberalização do comércio e prega um concerto internacional, idéia próxima a do pacto internacional (proposto por Hugo Grocius, um dos precursores da proposta idealista nas Relações Internacionais), segundo a qual deve haver renúncias para que a comunidade internacional caminhe para algo próximo de um "bem comum".


Brasília, 23 de março de 2006 - O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim instou os países ricos, principalmente os da Europa, a fazer "sacrifícios" para impedir que as negociações globais de liberalização comercial fracassem.

"Se todos nos movemos ao mesmo tempo, existem possibilidades de um acordo. Isso exige que todos façamos movimentos. Não é preciso que cada um apresente uma nova proposta. Trata-se de ter consciência de que o que há sobre a mesa é suficiente", declarou o chanceler em entrevista à Reuters.

"Todos crêem que a oferta da União Européia (UE) é pobre e isso é o que detém a rodada de negociações", acrescentou Amorim em seu comunicado em Brasília.

Os 149 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) pretendem cumprir o prazo de 30 de abril para um acordo sobre produtos agrícolas e industriais, dois principais da chamada Rodada de Doha, lançada em 2001.

O chanceler brasileiro foi explícito ao pedir "sacrifícios" à UE para o avanço das negociações e disse que o fracasso da Rodada de Doha teria repercussões não apenas econômicas, mas também políticas.

"Se não somos capazes de resolver as questões do comércio, como vamos resolver as questões do terrorismo, da proliferação de armas de destruição em massa, do desarmamento? É uma questão que tem a ver com a ordem mundial. Não podemos economizar esforços", acrescentou.

Amorim assegurou que "todos têm de pagar um pouco pelo sistema, mas os mais ricos têm que pagar mais". Ele explicou que "essa é uma compreensão que às vezes acredito ser difícil para os negociadores da Comissão Européia (CE). É uma negociação em que haverá benefícios e sacrifícios de todos. Mas os maiores benefícios têm de ser para os mais pobres".

Em Bruxelas, o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, insistiu em que é o momento de que grandes países em desenvolvimento como Índia e Brasil façam concessões para desbloquear o debate sobre um pacto de comércio global.

Para o Brasil, em vez disso, os movimentos "têm de ser proporcionais" no sentido de superar "o descompasso histórico entre a indústria e agricultura" no âmago da OMC, buscando beneficiar mais os países em desenvolvimento do que os desenvolvidos. "Temos de discutir o que seria um acordo possível e ambicioso. Porque se não for ambicioso não serve", disse Amorim, reiterando de convocar uma reunião de cúpula de líderes mundiais.

(Gazeta Mercantil - Caderno A - pág. 16)
(Guido Nejamkis e Raymond Colit/Reuters)
(c) 2006 Gazeta Mercantil S/A